09/11/2008

Pedra no charco

Sob o pretexto de que precisa fazer a revisão do ônibus que atende a linha 421 Bairro Mauá-Centro-Bairro Mauá, a empresa Viação Petro-Ita, concessionária da referida linha, pura e simplesmente parou de operar desde quinta-feira, entre as 9:25 da manhã e as 4:00 da tarde!


Nesse período, um ônibus de outra linha (Independência) faz um "pequeno desvio" e entra no Bairro Mauá, para atender os moradores.

A empresa não atende o telefone para dar qualquer explicação.
A CPTrans (Cia Petropolitana de Trânsito e Transportes), responsável pelo setor de transportes do Município de Petrópolis, a quem cabe a fiscalização, informa que a empresa está cometendo uma irregularidade, mas que a única coisa que pode fazer é aplicar uma multa diária de R$ 703,00!

É evidente que o que a Petro-Ita (o nome já é de uma ignorante infelicidade, se pensarmos que, na realidade, Petro-Ita quer dizer Pedra-Pedra) quer é economizar uns trocados, retirando o ônibus nos horários de menor quantidade de passageiros. Os usuários que se danem e que viajem em pé (os do Bairro Mauá) ou que percam ainda mais tempo com o "pequeno desvio" (os da Independência)!

Só que, justamente porque as empresas argumentam que os ônibus viajam com poucos passageiros nesse horário é que o cidadão petropolitano já paga uma das maiores tarifas de ônibus de todo o país! Convenhamos que R$ 2,00 para viajar na média 8 km é um assalto! (No Rio a passagem custa R$2,10 para percursos muito maiores!)

O argumento de que é "para manutenção do ônibus" constitui-se num outro absurdo!
Em primeiro lugar, não é verdade, já que os ônibus não avariam com hora marcada. Se tem ônibus para os horários de pico de manhã e ao final do dia, também tem que ter para o período intermediário.
Em segundo lugar, se não tem estrutura administrativa ou financeira para ter viaturas reserva para o sistema rotativo de manutenção, que entregue a concessão!

É evidente que a empresa, que viu o "terminal" do Quitandinha que estava construindo (aqui, um parêntesis: terminal, como o próprio nome indica é no término, também conhecido por final, e não no meio do percurso) em terreno da Prefeitura ter as obras embargadas por ação popular, está forçando a situação para tentar acabar com uma linha que diz ser deficitária!
Lançou o balão de ensaio, (a R$ 703,00 de multa por dia os proprietários ficam rindo, já que a economia provocada pela retirada da viatura é maior do que isso). Se colar colou! Se a população não fizer barulho, acaba por ficar assim mesmo, porque, certamente, mais uma vez, não será a CPTrans a defendê-la!

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