06/04/2008

A lucidez do João Pereira Coutinho: - Um exemplo para certa imprensa

Sou amigo de negros. Sou amigo de homossexuais. Sou amigo de lésbicas. Não sou amigo de negros politicamente corretos, homossexuais politicamente corretos, lésbicas politicamente corretas. Pessoas que se deixam infantilizar pela cartilha das patrulhas não entram na minha lista pessoal.
Porque esse é o problema central do pensamento politicamente correto: ele vê o demónio em toda a parte e acredita que é necessário proteger quem não pediu para ser protegido. É assim que a pessoa X ou Y, que tem nome, rosto e identidade singular, deixa de ser a pessoa X ou Y. Passa a pertencer a um grupo geral - os negros, os homossexuais, as lésbicas - uma forma sinistra de dissolução identitária. Lamento. As pessoas valem como pessoas. Não valem como parte de uma manada.
João Pereira Coutinho

O texto acima faz parte do artigo King Kong, que João escreveu para a Folha (leia aqui) a respeito da repercussão da capa da Vogue (foto).
Uma das coisas que mais gosto no João é que ele, ao não se deixar contaminar pelo "espírito de manada" que tomou conta de boa parte da imprensa, consegue se manter lúcido !


1 comentários:

Anônimo disse...

Parabens à turma do Pense Antes. Não só o artigo do João Pereira Coutinho (que eu não conhecia) está ótimo,como acho que vcs tem toda a razão ao demonstrarem que existem pessoas que escrevem bem e não se deixam intimidar por essa forma de patrulhamento (que não deixa de ser uma forma de censura) do políticamente correto. É tão mais fácil escrever dentro do main stream da imprensa.
Parabens e continuem.
Já coloquei-os nos meus blogs favoritos
A Santos

 
Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.