26/08/2008

A Geórgia e o direita volver de Obama

Pela importância que os Estados Unidos têm tido ao longo das últimas décadas no cenário internacional, a política externa americana é um fator determinante para a tomada de decisão do eleitor americano na escolha do seu presidente.
Diversos analistas têm afirmado que se não fosse isso, ou seja, se a política interna fosse o único fator levado em conta na avaliação dos candidatos, Barack Obama já poderia encomendar a faixa de Presidente.

A guerra no Cáucaso trouxe para o primeiro plano a discussão da enorme falta de experiência do candidato Democrata em política externa. Na tentativa de a contrabalançar, mas ao mesmo tempo confessando-a implicitamente, Obama convidou o experiente Senador Joe Biden, presidente da Comissão de Relações Externas do Senado, para compor, como vice-presidente, a sua chapa na corrida à Casa Branca, preterindo Hillary Clinton.

O interessante deste movimento, e que só o futuro dirá se foi acertado, é que Barack Obama conseguiu a indicação do Partido Democrata com um discurso (meio vazio de conteúdo, é certo) de mudança, e o Senador Joe Biden é o mais perfeito símbolo do establishment em Wasshington.

Ao convidar Joe Biden, para compensar a deficiência que lhe é atribuida, Obama frustrou os dezoito milhões de eleitores de Hillary nas primárias, que a queriam ver como candidata à Vice-Presidência (com a qual, na minha opinião,Obama teria maior chance de vitória na disputa com o republicano McCain!)

A este fato acrescentem-se dois outros:
- O Senador Joe Biden é um falastrão incorrigível e, como acontece com quem nem sempre pensa antes de falar, pode-se transformar num criador de embaraços para Obama nesta reta final da campanha presidencial americana!
- Recentes sondagens de opinião pública indicam que 25% dos eleitores de Hillary, frustrados com a escolha do Senador Biden, poderão se bandear para McCain nas eleições de Novembro.

Barack Obama colocou as suas peças no tabuleiro!
Até Novembro talvez tenha mais pesadelos do que sonhos!

1 comentários:

JWS disse...

Obama já foi chamado de celebridade e comparado com Britney Spears e Paris Hilton (que, aliás, replicou num engraçado comercial online - está no youtube). O discurso dele tem pouco conteúdo e muitas palavras bonitas, e é isso que está conquistando as pessoas. A verdade é que Hillary é mais "macho" que Obama, de longe. O fato de o discurso meio vazio, cheio de esperança estar conquistando tanto mostra como o eleitorado dessa super potência é naïf.
O lance de ter Hillary como vice, que aos meus olhos e de muitos seria perfeito - "a match made in heaven" - ia bater muito forte nos conservadores do país. Já não bastasse o Presidente ser negro, vice mulher... é muito avanço pra uma nação de classe média que só foi até o segundo grau, se tanto.
Há ainda o risco, que começou a se mostrar, de Obama virar mártir - esta semana prenderam 3 figuras que aparentemente tinham planos de matar Obama...

 
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