Não aguento mais o festival de "notícias" sobre o caso da menina jogada da janela de um apartamento em S.Paulo!
Desde o dia 29 de Março que nos enfiam goela a baixo notícias, entrevistas exclusivas, declarações de "otoridades", de porteiros, de vizinhos, de amigos, de pais, cunhados e cachorros de estimação dos pais da menina, que nada viram mas tudo "acham"!
Não sei, e não me importa saber, se os pais são ou não os assassinos. Eles ainda não foram julgados pela justiça, sendo portanto, até lá, inocentes! Se forem condenados, que sofram as penas da lei e o repúdio da sociedade!
O que me incomoda para além da exposição excessiva do assunto nos jornais, Tvs e Rádios, é o linchamento a que já foram submetidos.
No início, a investigação estava sujeita ao segredo de justiça. Contudo, tantos foram os vazamentos feitos pelos diversos investigadores, cada um querendo ter uma parcela da cota de fama de 5 minutos, que o desembargador revogou o tal segredo (teve até uma delegada que, à saída do pai da menina da primeira ida à delegacia para fazer o boletim de ocorrência, menos de vinte e quatro horas após o incidente, o chamou, na frente de todos os repórteres, de "assassino" - porque não o prendeu em flagrante, então, se estava tão certa da culpa?)
A cada hora as versões iam mudando. Cada da órgão de informação vinha com mais uma "notícia exclusiva". O caso esteve 50% resolvido, depois 70%, 60%, 99% (se alguém me puder explicar como se medem esses percentuais, agradeço)! Laudos tecnicos parciais eram divulgados antes de saírem dos respectivos institutos! Transferências de suspeitos que deveriam ser feitas discretamente, com chegada/saída pela porta dos fundos em hora incerta, foram transformadas em carreatas, trombeteadas com antecedência, com disputa entre as "otoridades" para ver quem com eles aparecia na frente das câmaras!
Um autêntico circo!
Para além de atrapalhar a investigação, quer porque o tempo gasto nas sucessivas entrevistas é subtraído ao da coleta de provas, quer porque quando uma "otoridade" emite uma opinião pública de culpa antes do fim do inquérito tenderá a procurar provas que se encaixem nessa sua versão, deixando, eventualmente, escapar indícios que a contradigam, este tipo de de comportamento das autoridades (em busca de fama) e da imprensa (em busca de audiência/ venda de jornais ou revistas) exacerbam tudo o que de pior existe no Homem (a tentativa de linchamento à saída da prisão não foi por acaso!)
Já que as autoridades policiais e boa parte da imprensa não sabem se comportar, nos cabe termos um espírito cada vez mais crítico em relação às notícias que nos impingem e à forma como o fazem!
Desde o dia 29 de Março que nos enfiam goela a baixo notícias, entrevistas exclusivas, declarações de "otoridades", de porteiros, de vizinhos, de amigos, de pais, cunhados e cachorros de estimação dos pais da menina, que nada viram mas tudo "acham"!
Não sei, e não me importa saber, se os pais são ou não os assassinos. Eles ainda não foram julgados pela justiça, sendo portanto, até lá, inocentes! Se forem condenados, que sofram as penas da lei e o repúdio da sociedade!
O que me incomoda para além da exposição excessiva do assunto nos jornais, Tvs e Rádios, é o linchamento a que já foram submetidos.
No início, a investigação estava sujeita ao segredo de justiça. Contudo, tantos foram os vazamentos feitos pelos diversos investigadores, cada um querendo ter uma parcela da cota de fama de 5 minutos, que o desembargador revogou o tal segredo (teve até uma delegada que, à saída do pai da menina da primeira ida à delegacia para fazer o boletim de ocorrência, menos de vinte e quatro horas após o incidente, o chamou, na frente de todos os repórteres, de "assassino" - porque não o prendeu em flagrante, então, se estava tão certa da culpa?)
A cada hora as versões iam mudando. Cada da órgão de informação vinha com mais uma "notícia exclusiva". O caso esteve 50% resolvido, depois 70%, 60%, 99% (se alguém me puder explicar como se medem esses percentuais, agradeço)! Laudos tecnicos parciais eram divulgados antes de saírem dos respectivos institutos! Transferências de suspeitos que deveriam ser feitas discretamente, com chegada/saída pela porta dos fundos em hora incerta, foram transformadas em carreatas, trombeteadas com antecedência, com disputa entre as "otoridades" para ver quem com eles aparecia na frente das câmaras!
Um autêntico circo!
Para além de atrapalhar a investigação, quer porque o tempo gasto nas sucessivas entrevistas é subtraído ao da coleta de provas, quer porque quando uma "otoridade" emite uma opinião pública de culpa antes do fim do inquérito tenderá a procurar provas que se encaixem nessa sua versão, deixando, eventualmente, escapar indícios que a contradigam, este tipo de de comportamento das autoridades (em busca de fama) e da imprensa (em busca de audiência/ venda de jornais ou revistas) exacerbam tudo o que de pior existe no Homem (a tentativa de linchamento à saída da prisão não foi por acaso!)
Já que as autoridades policiais e boa parte da imprensa não sabem se comportar, nos cabe termos um espírito cada vez mais crítico em relação às notícias que nos impingem e à forma como o fazem!
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